Maria da Graça Carvalho participou esta sexta-feira, dia 15 de outubro, na 3.ª Gago Conference on European Science Policy, em homenagem e memória do ex-ministro da Ciência,Tecnologia e Ensino Superior Mariano Gago. Esta terceira edição foi realizada pelo Cyprus Institute, em Nicósia, tendo a eurodeputada do Partido Popular Europeu (PPE) participado por via remota no evento.
"Pessoalmente estou entusiasmada com o caminho que estamos a trilhar para tornar a indústria num setor mais ecológico. Estou especialmente otimista quanto ao papel que a investigção e a inovação desempenharão nesse processo. Mas também estou ciente de que devemos permanecer vigilantes e prontos para defender as nossas opções. Como temos visto, com alguns comentários oportunistas sobre o Green Deal durante o recente debate sobre a alta dos preços da energia, há aqueles que ainda preferem deixar as coisas tal qual como estão e esperar por soluções milagrosas", alertou a Professora Catedrática do Instituto Superior Técnico e ex-ministra da Ciência, Inovação e Ensino Superior, durante um debate subordinado ao tema "Greening the industry - Challenging Science and Employment for a green, digital and social Europe".
A eurodeputada, vice-coordenadora do PPE na Comissão da Indústria, da Investigação e da Energia (ITRE), deu conta do trabalho que tem feito na área da ciência, investigação e inovação, no Parlamento. "Temos agora o primeiro Intergrupo para a Indústria no Parlamento Europeu, que tenho a honra de co-presidir. Fui relatora da Agenda Estratégica de Inovação do Instituto Europeu de Inovação e Tecnologia (EIT). Mais uma vez, uma instituição que pode desempenhar um papel muito importante em ajudar a indústria na sua busca pela neutralidade de carbono. O EIT é a única instituição da UE que cobre todo o triângulo do conhecimento - Educação, Investigação e Inovação. Por último, estamos na fase final da aprovação de um conjunto muito importante de parcerias com a indústria, do qual também fui relatora pelo Parlamento Europeu. Essas parcerias cobrem todas as nossas prioridades europeias atuais, incluindo hidrogénio limpo, computação de alto desempenho, saúde, tecnologias digitais, economia circular e transporte".
Como exemplo da importância deste tipo de parcerias europeias, Maria da Graça Carvalho referiu o facto de a Organização Mundial da Saúde (OMS) ter aprovado recentemente o uso de uma vacina contra a malária entre crianças na África Subsaariana e outras regiões, que foi precisamente desenvolvida graças ao financiamento de uma iniciativa conjunta que continua a existir no âmbito desta nova geração de parcerias, sob o nome de Saúde Global. "Mas num campo mais relacionado com o meio ambiente, podemos citar também a Aviação Limpa, que é uma parceria que visa trazer uma nova geração de aviões comerciais com emissão zero de carbono", disse.
Este tipo de parcerias e a conquista de um orçamento de 95,5 mil milhões de euros para o programa-quadro Horizonte Europa são apenas um dos exemplos do que tem sido alcançado em termos de reforço do papel da investigação e da inovação na UE. Mas há outros. "Uma vacina contra a COVID-19 foi desenvolvida na Europa, com base no trabalho da Ciência Fundamental financiado por programas europeus. E comprometemo-nos com a transição para uma economia neutra em CO2, usando a ciência como nossa aliada. Para desenvolver energia verde e acessível. Para melhorar a eficiência energética das nossas cidades, dos nossos edifícios e de todos os nossos produtos", frisou a eurodeputada.