Maria da Graça Carvalho, eurodeputada do PPE, participou esta quarta-feira, 21 de abril, no webinar "Accelerating EU research for rare diseases – the case of pulmonary hypertension”, organizado pelo MEP Lung Health Group em conjunto com a European Respiratory Society (ERS) e moderado pelo pneumologista recém-nomeado presidente da ERS Carlos Robalo Cordeiro.
"A Covid-19 evidenciou a forma como os nossos sistemas de saúde podem ser frágeis e como é crucial investir continuamente nas áreas da investigação e da inovação. É impressionante como a tecnologia está a melhorar as nossas hipóteses de identificar tratamentos e novas descobertas. No caso da tão esperada vacina para a Covid-19, demorou menos de um ano para desenvolvê-la. No passado, demorámos 43 anos para chegar lá com o Ébola e 16 com a Hepatite B. A tecnologia envolvida na vacina, não inicialmente voltada para um propósito específico, foi financiada por bolsas europeias. Investimos em conhecimento base e isso forneceu-nos o caminho para uma solução. Mesmo antes de sabermos que precisaríamos de uma. Acho que não são necessárias mais provas de como é importante manter um investimento forte e consistente em investigação básica", disse a ex-ministra da Ciência, Inovação e Ensino Superior, no decorrer da sua intervenção.
A eurodeputada frisou que a "União Europeia precisa de mais investimentos para transformar conhecimento em produtos e soluções e para criar o ecossistema de inovação certo, que permita entregar rapidamente os produtos aos pacientes". Para possibilitar um ecossistema bem preparado para a inovação em saúde, sublinhou Maria da Graça Carvalho, "é necessário que haja investimentos sólidos, menos barreiras burocráticas e, certamente, menos fragmentação do mercado". De modo geral, afirmou, "precisamos de melhorar a nossa cooperação em termos de investigação científica na área da Saúde, tanto no interior da União Europeia, entre os Estados membros, como com o resto do mundo. Precisamos de melhorar os níveis de coordenação entre os diferentes projetos de investigação e entre a ciência e os próprios sistemas de saúde".
A cooperação público-privada, considerou, é outra frente muito importante. "Mais uma vez, as vacinas Covid-19 desenvolvidas na Europa foram possíveis graças a níveis sem precedentes de cooperação entre os setores público e privado", disse.