Maria da Graça Carvalho participou esta quarta-feira, dia 17 de fevereiro, no painel intitulado "Basic Sciences and Sustainable Development", numa conferêcia organizada pela World Academy of Art and Science (WAAS), da qual é membro.
Na sua intervenção, a eurodeputada do PPE começou por constatar a enorme pressão que existe atualmente sobre a ciência, para que produza resultados rápidos. A pressão é positiva, admitiu, mas sublinhou que não é possível haver grandes avanços científicos com rapidez se não houver um investimento na ciência. Que é fundamental. Cidadãos, governos, diferentes atores, devem convencer-se disso, de uma vez por todas.
"As vacinas e os tratamentos para a Covid-19 são um exemplo de que isto é verdade. Antes de podermos combater uma doença, de forma eficaz, temos que perceber a biologia do vírus que a causa. Tivemos que aprender como o SARS-COV2 afeta os nossos corpos. Algumas das vacinas mais eficazes - as mRNA - são o resultado de pelo menos uma década de investigação. Esta tecnologia nunca foi usada para desenvolver vacinas para comercializar. Não houve ensaios em humanos em larga escala realizados previamente. No entanto, a ciência estava lá. Uma vez posta em prática, demonstrou trazer uma enorme esperança. Não só na luta contra a pandemia, mas na saúde em geral", declarou a ex-ministra da Ciência e do Ensino Superior nesta conferência realizada online.
Maria da Graça Carvalho disse ainda não ter quaisquer dúvidas de que a ciência conduzirá a humanidade por caminhos novos, soluções antes desconhecidas, que permitirão vencer esta batalha. A ciência, subinhou, conduzir-nos-á a novas fontes de energia renováveis e neutras em carbono. Permitir-nos-á fazer um melhor uso das fontes existentes. E ajudará as indústrias a ajustarem-se à transição verde e radical para a qual estão a ser empurradas. No entanto, avisou, "isso só irá acontecer se ficar absolutamente claro, tanto a nível internacional, como nacional, o quão decisivo é manter o investimento na ciência. E fazê-lo de uma forma coordenada e consistente".
Noutro momento da sua intervenção, a eurodeputada defendeu medidas como o Mecanismo de Aconselhamento Científico, um serviço criado pela Comissão Europeia para providenciar aconselhamento científico aos comissários europeus, para que possam ter conhecimento científico informado aquando da tomada das suas decisões. O objetivo é aconselhar a Comissão com base nos princípios da excelência, independência, responsabilidade e eficácia.