Maria da Graça Carvalho, eurodeputada do PSD e membro da Comissão dos Direitos das Mulheres e da Igualdade dos Géneros, participou esta quinta-feira à tarde num workshop sobre a importância das mulheres na Green Tech no âmbito da Ecomondo 2022, Feira Internacional de Materiais e Energia e Desenvolvimento Sustentável, realizada em Itália.
"As mulheres estão sub-representadas nos seus papéis como agentes de mudança no setor de transição energética. No que diz respeito aos profissionais de energia, mais homens do que mulheres estão trabalhar no setor da energia. E a situação não está a melhorar, pois a percentagem de alunas do ensino superior na UE, na área da energia, é de apenas 11%. Como empreendedoras e inovadoras na área da energia, como decisoras na área da energia, as mulheres são uma minoria em termos de formulação de políticas energéticas, tanto no setor público como no privado. Como consumidoras de energia, as mulheres estão mais expostas à pobreza energética; especialmente as mães solteiras e as mulheres mais velhas. Temos de agir a nível da UE e a nível dos Estados membros. As mulheres não estão suficientemente representadas nas duas áreas principais para o presente e o futuro: transição energética e transição digital, com consequências terríveis para elas, incluindo um aumento das disparidades salariais e previdenciárias. Isto também tem um enorme impacto na economia da UE", afirmou a eurodeputada, vice-coordenadora do Grupo do PPE na Comissão da Indústria, Investigação e Energia.
"Muitas das respostas a estas questões são da responsabilidade dos Estados membros. No entanto, no que diz respeito à nossa responsabilidade, tomámos medidas e continuaremos a tomá-las com maior ambição", disse, enumerando três das medidas impulsionadas pelo Parlamento Europeu e por si enquanto eurodeputada:
• A diretiva Women on Boards (mais mulheres nos Conselhos de Administração), que será aprovada na próxima sessão plenária do Parlamento Europeu, no final de novembro, em Estrasburgo;
• O Instituto Europeu de Inovação e Tecnologia (EIT), o Conselho Europeu de Inovação (EIC), as parcerias público-privadas do programa-quadro de Ciência e Inovação Horizonte Europa, nos quais incluímos disposições para atrair mulheres para a investigação nas áreas das ciência, tecnologia, engenharia e matemática (CTEM) e para o empreendedorismo;
• O Parecer da Comissão FEMM sobre a reformulação da Diretiva da Eficiência Energética, do qual Maria da Graça Carvalho foi relatora-sombra.
"A melhor maneira de alcançar resultados é através da educação, da toma de consciência, da criação de competências. E isso deve fazer parte das medidas que os Estados membros devem implementar para atingir suas metas. No entanto, precisamos iniciar esses esforços o mais cedo possível, quando as meninas têm seis a dez anos. Por isso, o PPE está compromtido com uma campanha para atrair meninas para as áreas das CTEM, em especial para a energia e o digital", concluiu a eurodeputada, ex-ministra da Ciência, Inovação e Ensino Superior e Engenheira Mecânica de formação.