Maria da Graça Carvalho, eurodeputada e vice-coordenadora do Grupo do PPE na Comissão da Indústria, Investigação e Energia do Parlamento Europeu, participou esta quinta-feira, dia 13 de outubro, no Portugal Smart Cities Summit 2022, na FIL. A ex-ministra da Ciência, Inovação e Ensino Superior foi uma das oradoras do painel intitulado "A Ciência e as novas cidades".
"75% da população europeia vive e trabalha nas cidades. É nestas que se concentram a maioria das emissões de CO2. E é, por isso, impensável concretizarmos as chamadas transições verde e digital sem repensarmos os centros onde se concentram a maioria das pessoas e das atividades", declarou, frisando a importância de dotar as cidades inteligentes de recursos tecnológicos e digitais, dando atenção à questão dos dados, da supercomputação, da computação quântica, mas também a áreas, que são da maior relevância, como por exemplo a da eficiência energética.
A eurodeputada do PSD fez alusão, no decorrer da sua intervenção, ao papel que pode ter a chamada Missão Cidades (ou Smart Cities). "Até ao momento, está prevista uma dotação de 360 milhões de euros de financiamento do programa-quadro de ciência e Inovação, Horizonte Europa abrangendo o período 2022-23. As verbas destinam-se a apoiar projetos de investigação científica e inovação, dentro das linhas que referi há pouco: mobilidade verde, planeamento urbano verde, eficiência energética, etc. As cidades vencedoras serão agora convidadas a desenvolver o que a Comissão chamou de 'Climate Contracts' - Contratos de Cidades Climáticas, que incluirão um plano geral para a neutralidade climática em todos os setores, como energia, edifícios, gestão de resíduos e transporte, juntamente com planos de investimento relacionados", frisou a também relatora do Parlamento Europeu para as parcerias estratrégicas do Horizonte Europa.
Maria da Graça Carvalho sublinhou que, embora contando com dotação e objetivos específicos, esta missão está longe de ser a única estratégia ou de esgotar as alternativas de financiamento para o desenvolvimento das smart cities. "A própria missão incentiva claramente as sinergias e complementaridades com outros programas e linhas de financiamento, tanto no âmbito do Horizonte Europa como através de outros instrumentos do quadro comunitário de apoio ou, por exemplo, dos planos de recuperação e resiliência", disse a eurodeputada do PSD.
"Este projeto das Smart Cities não é apenas uma iniciativa autónoma e limitada, mas, antes, um eixo fundamental daquelas que são as grandes prioridades da União Europeia: as transições verde e digital. A nossa ambição é construirmos uma Europa que seja capaz de servir de exemplo ao mundo no combate às alterações climáticas. E de o fazer sem comprometer a qualidade de vida das nossas populações e a competitividade das nossas indústrias. Pelo contrário: pretendemos reforçá-las!", concluiu a ex-ministra da Ciência, Inovação e Ensino Superior.