Maria da Graça Carvalho, eurodeputada do PPE e membro da Comissão Especial sobre Inteligência Artificial na Era Digital (AIDA), participou esta quarta-feira, dia 21 de abril, no webinar "Artificial Intelligence in the Digital Age", organizado pela Applia.
Na sua intervenção, a eurodeputada considerou que os dados são o ouro da competitividade dos dias de hoje. E alertou: "Os dados estão muito fragmentados, mesmo dentro de cada Estado membro da UE. A organização dos dados é crucial para a Inteligência Artificial (IA). Temos que trabalhar a questão dos dados. Devemos aprender com esta pandemia da Covid-19 e perceber como os dados são importantes. Devemos ter espaços de dados comuns para os diferentes setores".
É preciso fazer esforços políticos para acompanhar a inovação, frisou, colocando entre esses esforços a necessidade de "aumentar os recursos e oportunidades de educação e competências. A digitalização requer recursos para compreender e controlar a complexidade tecnológica que pode surgir". É preciso competências para técnicos especializados, é certo, "mas devemos melhorar, numa perspetiva de aprendizagem ao longo da vida, as competências básicas das pessoas em geral". Esse aspeto é ainda mais importante, realçou, "quando se trata de produtos que são constantemente manuseados por qualquer tipo de consumidor, como os produtos que a Applia promove, por exemplo. Todas as regiões da Europa devem ter acessos e estar ligadas. A sociedade digital tem que chegar a todas as partes da Europa".
Paralelamente, afirmou Maria da Graça Carvalho, "a transformação digital exige uma atualização constante das infraestruturas necessárias para realizar operações de alta velocidade, análises, avaliações e acelerar a transição para uma sociedade digital. É preciso apostar no 5G, que está atrasado em muitos países, na transição para o 6G, na Computação de Alto Desempenho etc... No Parlamento Europeu (PE) estamos a trabalhar arduamente para adaptar o quadro relacionado com as capacidades de computação de alto desempenho (área para a qual sou relatora), a fim de dotar a União Europeia dos meios adequados para competir a nível global numa corrida que pode determinar o futuro da nossa competitividade".
No dia em que a Comissão Europeia apresenta a sua estratégia de regulamentação para a chamada IA de alto risco, a ex-ministra da Ciência, Inovação e Ensino Superior sublinhou que "é preciso encontrar um equilíbrio entre liberdade de inovação e regulamentação. Não devemos regulamentar excessivamente, porque há áreas novas, ideias novas, tecnologias novas que estão sempre a surgir e a regulamentação pode correr o risco de ficar desatualizada rapidamente. É preciso flexibilidade, agilidade e simplicidade".
A melhor forma de a UE se tornar um “pólo de IA”, concluiu a eurodeputada do PSD e membro da Comissão AIDA do PE, "é defender fortemente a liberdade de inovar numa economia aberta, encontrando o equilíbrio certo com o enquadramento ético que deve orientar as nossas atividades".