Public Interventions Maria da Graça Carvalho diz que é preciso uma definição de carbono circular que seja partilhada por todos e tenha base científica
Maria da Graça Carvalho, eurodeputada e vice-coordenadora do PPE na Comissão da Indústria, da Investigação e da Energia (ITRE), foi esta segunda-feira, dia 27 de setembro, uma das oradoras convidadas da conferência “Materials emissions: The next frontier of climate mitigation in Europe”, organizada pelo Kangaroo Group e presidida por Cristian-Silviu Busoi, também eurodeputado do PPE e presidente da Comissão ITRE.
"O pacote legislativo Fit for 55, mas em particular as próximas iniciativas políticas sobre produtos, devem ser oportunidades para abordar uma lista de disposições. Em primeiro lugar, precisamos de uma definição de carbono “circular” que seja partilhada por todos e que tenha uma base científica. Este facto permitirá um roteiro para o ciclo de carbono, que inclua uma hierarquia de carbono para orientar a alocação de carbono de acordo com as necessidades da sociedade e o impacto ambiental", frisou Maria da Graça Carvalho, Professora Catedrática do Instituto Superior Técnico e engenheira de formação.
"Em segundo lugar", prosseguiu, "para o setor da construção, as regras devem ser alteradas para considerar as emissões de CO2 do ciclo de vida embutidas nos produtos finais. Devemos definir limites que diminuirão com o tempo. Essa melhoria trará as avaliações do ciclo de vida para levar em conta a degradação dos produtos químicos no final da vida, usando uma metodologia adequada e padronizada". Em terceiro lugar, afirmou a ex-ministra da Ciência, Inovação e Ensino Superior, "a legislação química deve integrar melhor as dimensões de segurança e sustentabilidade". Finalmente, sugeriu, "precisamos de capacitar os consumidores para fazerem escolhas "mais verdes" e mais sustentáveis. Por exemplo, através do desenvolvimento de padrões para informar sobre a quantidade de carbono embutido em produtos e para apresentar essas informações de forma consistente e comparável".