Public Interventions Maria da Graça Carvalho alerta que financiamento do EU Chips Act não deve ser feito à custa do Horizonte Europa
Maria da Graça Carvalho, eurodeputada do PSD e vice-coordenadora do PPE na Comissão da Indústria, da Investigação e da Energia (ITRE), participou esta quarta-feira numa conferência online organizada pelo Global Counsel, com o objetivo de discutir o EU Chips Act, recentemente apresentado pela Comissão Europeia.
"O EU Chips Act é certamente muito ambicioso. O orçamento é uma questão essencial e a Comissão Europeia tem que ser clara sobre como será possível mobilizar os 43 mil milhões de euros que está a prometer. Precisamos de clareza neste ponto", declarou Maria da Graça Carvalho que, como relatora do Parlamento Europeu para as parcerias estratégicas do Horizonte Europa, disse esperar que, parte desse dinheiro, não venha a ser desviado do novo programa-quadro da UE para a Ciência e Inovação.
"Para alavancar investimentos suficientes, precisamos de sinergias e de formas claras de garantir que essas sinergias aconteçam em todas as iniciativas e usando todos os fundos possíveis, desde iniciativas conjuntas, até outros instrumentos do Horizonte Europa (EIT, EIC), mas também dos Planos Nacionais de Recuperação. Nesses planos, pelo menos 20% devem ser destinados à transformação digital e os Chips devem fazer parte das escolhas nacionais para destinar investimentos para reforçar essas cadeias produtivas", sugeriu a eurodeputada, sobre formas de financiar o EU Chips Act através de sinergias entre fundos existentes, nacionais e europeus.
Ex-ministra da Ciência, Inovação e Ensino Superior e Professora Catedrática do Instituto Superior Técnico, Maria da Graça Carvalho frisou que "se a UE quer ser líder no setor digital, é preciso ter cada vez mais competências, especialistas, recuperar a capacidade de produção na Europa de microchips e semicondutores e não descurar nunca a coooperação internacional com países de fora da UE".