A Comissão da Indústria, Investigação e Energia (ITRE), no Parlamento Europeu, aprovou nesta quarta-feira, com 47 votos favoráveis, três contra e três abstenções, o relatório, de que é relatora a eurodeputada do PSD Maria da Graça Carvalho, sobre a iniciativa “Fábricas da Inteligência Artificial”, cujo principal objetivo é incentivar o desenvolvimento de modelos de Inteligência Artificial (AI) por parte das PME e start-ups inovadoras, mas também de outros atores públicos e privados, garantindo-lhes acesso ao poder dos supercomputadores e a outros recursos essenciais.
Formalmente, este relatório constitui uma emenda ao Regulamento sobre a Parceria Europeia de Computação de Alto Desempenho (EuroHPC), do qual a eurodeputada portuguesa também foi relatora, o qual visou dotar a União Europeia de uma rede de supercomputadores, entre os quais se conta o Deucalion, já instalado na Universidade do Minho.
“Com este novo relatório pretendemos adaptar esta rede de supercomputadores europeus às exigências da Inteligência Artificial, o que implicará upgrades significativos aos equipamentos existentes e previstos ou a aquisição de novos equipamentos”, explica Maria da Graça Carvalho. “Mas, além disso, precisamos também de investir em competências, porque nos faltam os recursos humanos para potenciar esta tecnologia”.
“No fundo”, resume a eurodeputada, “existe todo um ecossistema em torno da Inteligência Artificial que tem de ser construído. Precisamos de um sistema de acesso simples, principalmente por parte das Pequenas e Médias Empresas, removendo barreiras e criando interfaces, de forma a fazermos da Europa uma referência mundial neste setor”.
Sublinhando a “boa cooperação” dos eurodeputados na produção deste relatório “em tempo recorde, com pouco mais de uma semana para negociar, a social-democrata considerou que esta era a iniciativa que faltava para se criarem condições para que o esforço legislativo e os investimentos que têm sido dedicados à Inteligência Artificial se traduzam em benefícios tangíveis para a economia e para a sociedade”.
“Recentemente, a União Europeia aprovou aquele que é o primeiro regulamento sobre Inteligência Artificial a nível mundial. É um regulamento altamente inovador, orientado por princípios éticos sólidos, mas que abre caminho a um crescimento sustentado deste recurso essencial”, lembra. O regulamento das Fábricas da Inteligência Artificial constitui o passo seguinte, que é criar as condições operacionais para concretizar esse crescimento”.