Press Maria da Graça Carvalho questiona Comissão Europeia sobre consequências das investigações em curso para projetos prioritários do hidrogénio envolvendo Portugal

Bruxelas, 28-11-2023                                                            

A eurodeputada do PSD, Maria da Graça Carvalho, questionou hoje a comissária europeia com o pelouro da Energia, Kadri Simson, sobre as possíveis consequências dos casos em investigação no nosso país, os quais conduziram à queda do governo, para o financiamento de projetos em Portugal que foram incluídos na nova lista da União Europeia de projetos de interesse comum e de interesse mútuo (PCI), divulgada nesta terça-feira.

“Como sabe, decorrem investigações a diversos projetos em curso em Portugal, na área da energia e em particular do hidrogénio”, recordou Maria da Graça Carvalho. “Caso os projetos do hidrogénio contemplados na lista que foi hoje publicada sejam envolvidos nesta investigação, quais serão as consequências para o financiamento dos mesmos?”, acrescentou.

Recorde-se que, de acordo com a lista divulgada pela Comissão Europeia, a nova lista de PCI inclui o projeto H2Sines.RDAM, referente a uma cadeia de abastecimento marítimo de hidrogénio líquido renovável, o chamado “corredor verde” do hidrogénio – envolvendo Portugal, Espanha, França e Alemanha -, e ainda a interligação de hidrogénio BarMar, entre Espanha e França.

Notícias publicadas nesta terça-feira em Portugal citaram uma fonte da Comissão Europeia indicando que estes projetos não coincidem com os que têm sido associados às investigações que decorrem em Portugal. No entanto, a mesma fonte referiu que o conhecimento que a União tem do processo é o que tem sido veiculado pela comunicação social. Por esse motivo, Maria da Graça Carvalho fez este pedido de esclarecimento adicional (e oficial) que ficou, para já, sem resposta.

A questão foi colocada durante uma audiência na qual foi também discutido um novo Plano de Ação sobre Redes. A propósito deste, a eurodeputada do PSD saudou a iniciativa, mas lamentou que o referido plano seja omisso, salvo “uma série de boas intenções”, relativamente a novos instrumentos financeiros “para financiar as nossas necessidades em termos de redes”, perguntando a Kadri Simson se “poderemos esperar ter um instrumento específico para o financiamento das redes”.

Maria da Graça Carvalho recordou ainda que continuam a existir Estados-Membros cujas ligações elétricas ao resto da Europa são raras ou inexistentes, dando o exemplo da Península Ibérica, para a qual estão há muito previstas interligações que tardam em sair do papel, instando a comissária a esclarecer o que será feito para os passar à prática. 

A este respeito, a comissária revelou terem havido avanços recentes relativos a um dos projetos de interconexão elétrica entre Espanha e França (Golfo da Biscaia). “É claro que são necessárias mais interconexões, mas já é um bom primeiro passo e que mostra que já há execução. Já passámos da fase exclusivamente de planeamento e já há ação”, defendeu.