Com o objetivo de reforçar a autonomia e segurança estratégica da União Europeia (UE), as eurodeputadas sociais-democratas Lídia Pereira e Maria da Graça Carvalho lideraram uma iniciativa parlamentar que uniu as delegações do Partido Social Democrata (Portugal), Partido Popular (Espanha) e Os Republicanos (França) numa carta dirigida aos 3 Presidentes Emmanuel Mácron, Charles Michel e Ursula von der Leyen.
De acordo com o documento, no período homólogo de 2021, “a produção de energia em Espanha atingiu 75% entre fontes renováveis ??e outras fontes de energia de emissões líquidas zero, e em Portugal, esteve perto de 80% a partir de fontes renováveis, continuando o investimento em energias renováveis a crescer em ambos os países.”
Num momento em que é evidente a necessidade de soluções de curto prazo que permitam encontrar alternativas à dependência energética da UE à Rússia, os eurodeputados dos três países pedem a antecipação da construção das infraestruturas necessárias às interligações elétricas da Península Ibérica a França, através do Golfo da Biscaia e dos Pirenéus.
Os eurodeputados consideram que acelerar as melhorias da ligação do mercado elétrico ibérico ao resto da UE, apenas prevista para o final da década, é um passo decisivo na construção de “um verdadeiro mercado energético europeu” e para “a nossa independência de países terceiros como a Rússia.”
No entanto, a 5ª Lista de Projetos de Interesse Comum divulgada pela Comissão Europeia em novembro de 2021, não incluiu as interligações de gás que permitiriam aumentar as importações do Norte de África. Sobre este ponto, os eurodeputados chamam à atenção para a necessidade de “reavaliação dos projetos de interligação de gás que permitiriam a utilização dos terminais de Gás Natural Liquefeito existentes em Portugal e Espanha, tornando a Península Ibérica uma porta de entrada para a Europa.”
Esta carta, que também é dirigida à presidência francesa da União Europeia, coincide com a reunião dos chefes de Estado ou de Governo agendada para esta quinta-feira, 10 de março, em Versalhes, sobre as consequências da agressão militar da Rússia à Ucrânia, a redução da dependência de terceiros e o reforço da soberania europeia.