O mês de novembro trouxe a aprovação da diretiva Women on Boards, relativa à participação das mulheres nos conselhos de administração das sociedades cotadas em bolsa, da qual fui relatora-sombra pelo PPE na Comissão dos Direitos das Mulheres e da Igualdade dos Géneros (FEMM).
Ao fim de uma década de avanços e recuos, é com grande orgulho que vejo a diretiva ser aprovada, num momento histórico, que abre caminho para que esta possa, no futuro, ser alargada a grandes empresas e também às instituições e agências europeias.
A aprovação, que até ao momento tinha sido bloqueada por um conjunto reduzido de países, passa uma mensagem de extrema importância: não basta proclamar a igualdade de oportunidades. É obrigatório aplicá-la na prática.
As mulheres representam 60% dos novos diplomados do Ensino Superior na União Europeia e metade da força laboral, mas constituem apenas 31,5% dos membros – e 8% dos presidentes - dos conselhos de administração. Devemos questionar a que se deve este desequilíbrio. O mérito das mulheres está mais que comprovado, por isso quando dizem que esta diretiva tem de assegurar o respeito pelo mérito, eu respondo: concordo. É precisamente essa a sua ambição.
A crise na energia continua a marcar a agenda. Em plenário, alertei para a necessidade de investir em infraestruturas para fortalecer o mercado interno de energia na UE.
Há muito que defendo que temos de completar as nossas interconexões dentro da EU e as ligações entre a EU e os países vizinhos, ligando, por exemplo a Península Ibérica e a França, mas também o Sul e o Leste da Europa.
Para construirmos um verdadeiro mercado interno de energia, é fulcral apostar também nas energias renováveis, facilitando o financiamento do RepowerEU. Na Comissão ITRE, introduzimos emendas apontando para esse reforço do financiamento, para que os Estados membros possam acelerar ao máximo todas as licenças e procedimentos relativos à construção de novos projetos de energias renováveis.
Ainda na área da energia, defendi a posição do PPE a favor da modernização do Tratado Internacional da Carta da Energia. A saída de Estados membro deste tratado, encerrando os esforços duradouros da UE, poderá acabar com a proteção aos incentivos ao investimento em energias renováveis. O que necessitamos é de um tratado modernizado, que incentive os Estados a adotarem políticas climáticas ambiciosas.
O Digital foi outro dos temas em destaque em plenário, neste mês de novembro. A transição digital é um dos pilares da estratégia da União Europeia para a próxima década. Do seu sucesso dependerá em muito a competitividade da nossa economia.
Para atingirmos os ambiciosos objetivos do Guião para a Década Digital, do qual fui relatora-sombra, é necessário investir nas infraestruturas, na modernização das empresas, nas indústrias e serviços públicos, na Economia dos Dados, na Educação e Formação e na investigação Científica e Inovação.
A afirmação das União Europeia passará pela aposta em tecnologias emergentes, como por exemplo, a computação quântica. Temos de ser capazes de criar as condições para que estas tecnologias se desenvolvam na Europa. Um bom exemplo a seguir são as parcerias do programa-quadro Horizonte Europa, que já abrangem temas como a Computação de Alto Desempenho ou as Tecnologias Digitais Essenciais e os circuitos integrados.
Num mês em que o website do Parlamento Europeu foi alvo de ataque, o debate sobre a cibersegurança ganhou ainda mais relevância.
Nos últimos quatro anos, o número de ocorrências na UE aumentou mais de dez vezes. Em Portugal, temos assistido a ataques a grupos de comunicação social, operadoras móveis e companhias aéreas, entre outros.
É urgente melhorarmos a capacidade de resposta de entidades públicas e privadas que fornecem serviços essenciais. Nomeadamente, introduzindo a obrigação para os Estados membros de melhorarem as suas estratégias nacionais em termos de cibersegurança. E também de aumentarem a coordenação entre si, em caso de incidentes graves.
Não podemos ainda esquecer a proteção das Pequenas e Médias Empresas (PME) em matéria de cibersegurança. Uma maior vulnerabilidade de um Estado membro pode ter efeitos em toda a União. Este é um problema de todos e temos, por isso, de agir rapidamente e em conjunto.