Press Editorial. Uma rentrée marcada pela crise energética na UE

A rentrée europeia está a ser dominada pela crise energética, agravada em larga escala pela guerra lançada pela Rússia contra a Ucrânia.

Na Comissão da Indústria, Investigação e Energia do Parlamento Europeu, na qual sou vice-coordenadora pelo grupo do PPE, temos em agenda vários debates e iniciativas que visam encontrar respostas de curto prazo para a atual subida galopante dos preços.

O primeiro destes debates acontece já neste primeiro dia de setembro e visa discutir como os países europeus devem poupar gás para garantir um inverno em segurança.

Numa altura em que se continua a temer um corte do gás russo, e em que os elevados preços da energia são um problema à escala europeia, com os mercados a reagirem com volatilidade ao menor sinal de alarme, a presidência checa do Conselho da UE convocou, para dia 9, uma reunião extraordinária dos ministros da Energia dos 27.

Antes disso, a Comissão Europeia poderá apresentar novas propostas, que deverão passar pela muito falada separação do preço do gás dos mecanismos que fixam os preços da eletricidade. Parte do que a atual presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, descreveu já como “um novo desenho para todo o mercado da energia”. A reforma das regras do gás será um processo longo, com debates durante vários meses, possivelmente até ao início do próximo ano.

Na sessão plenária do PE, em Estrasburgo, entre 12 e 15 de setembro, irão a debate os relatórios sobre a diretiva das Energias Renováveis e sobre a diretiva da Eficiência Energética. No dia 26, na Comissão da Indústria, Investigação e Energia – ITRE – haverá em princípio uma discussão sobre o relatório que modifica a diretiva das Energias Renováveis e será dada particular atenção à aceleração dos processos de autorização de projetos na área das renováveis. Na mesma reunião, haverá um debate com Agência de Cooperação Reguladores de Energia sobre os preços atualmente praticados.

Espero que, entretanto, o momento seja aproveitado para transformar em compromissos sérios, com calendários e financiamentos garantidos, algumas das intenções que têm sido assumidas. Desde logo a construção das interligações do gás, como a que deverá ligar a Península Ibérica ao resto da Europa, as quais tornarão a UE mais independente e resiliente em questões energéticas.

Há muito venho insistindo na importância destas interligações. Ao longo deste ano tenho abordado o assunto em várias intervenções que fiz em plenário, nas várias Comissões parlamentares que integro, em declarações aos media ou em perguntas e cartas dirigidas aos mais altos responsáveis da Comissão Europeia.

Setembro é também o mês em que decorre a Semana Europeia da Juventude, organizada pelo Grupo do Partido Popular Europeu, na qual participarão três jovens portugueses a meu convite. A partir de agora regressarão também os grupos de visitantes ao Parlamento Europeu. Em novembro terei o gosto de receber dois grupos: um constituído por estudantes universitários e outro por representantes do Algarve, uma das regiões que represento na delegação do PSD.

Continuarei igualmente o meu trabalho nas mais variadas áreas, por exemplo a da Inovação. No final de junho, promovi aquela que foi a primeira cimeira sobre o Espaço Europeu de Inovação, que contou com a participação da presidente do Parlamento Europeu Roberta Metsola e da comissária europeia Mariya Gabriel. Responsável pela pasta da Inovação, Investigação, Cultura, Educação e Juventude, Mariya Gabriel promoverá, entre os dias 28 e 29 de setembro, os Dias Europeus de Investigação e Inovação, evento já obrigatório para todos os que, como eu, acreditam que o futuro da Europa passa inevitavelmente pela aposta na Ciência e na Inovação!