Ao longo deste mês de outubro a Europa vai continuar, em paralelo, a enfrentar o presente para preparar o futuro. Ao mesmo tempo em que apoia a luta e a resistência do povo ucraniano contra a agressão do regime russo liderado por Vladimir Putin, tendo o Grupo do PPE nomeado o Presidente Volodymyr Zelensky e o povo da Ucrânia para vencer o Prémio Sakharov nesta edição de 2022, vai tomando medidas para melhor responder à crise dos preços da energia.
“Situações de crise, como a presente, exigem medidas de emergência. Nomeadamente uma intervenção no mercado. Esta deverá ser temporária, reversível e coordenada a nível europeu. As possíveis consequências devem ser bem avaliadas", disse em Estrasburgo, na última sessão plenária do mês de setembro.
Sublinhei, como sempre tenho feito até agora, a ideia de que a resposta à subida dos preços da energia deverá ser sempre uma resposta europeia, articulada e solidária. Diversificando as fontes de energia e reduzindo o consumo de gás e eletricidade.
Entre as várias soluções possíveis enumerei quatro:
- a compra conjunta de gás;
- o desenvolvimento de infraestruturas de transporte de energia;
- aposta no hidrogénio como importante vetor energético;
- as medidas de suporte aos consumidores domésticos e industriais.
Noutra intervenção que fiz, em Bruxelas, numa conferência promovida pelo Fórum Europeu para as Fontes de Energia Renovável no âmbito da Semana Europeia da Energia Sustentável 2022, sublinhei o erro que foi a aposta que alguns países fizeram no gás russo e a necessidade urgente de corrigir esse erro.
“Portugal é privilegiado no que toca à dependência do gás russo. Tem elevada percentagem de renováveis, mas tal como outros países, ainda precisamos de alguma transição e de usar o gás. A Península Ibérica tem 9 portos de GNL, mas não pode ajudar o resto da Europa, porque não foram construídas as interconexões energéticas necessárias. A França, que tenta proteger a sua energia nuclear, nunca quis que estas interconexões fossem construídas. O gás é necessário para a transição e esse gás, para a transição, deve ter diversas origens. Apostar no gás russo foi um erro e um erro que agora é preciso corrigir”.
Numa outra comunicação ainda, a convite do INEGI, no Porto, frisei a importância do hidrogénio para Portugal e para a Europa. "A crise causada pela Rússia, e a nossa necessidade de reduzirmos a dependência da União Europeia face a esse país, conduziram-nos ao pacote legislativo e de medidas REpowerEU. Neste, o hidrogénio ganha um papel reforçado. É assumido como um facilitador essencial, especialmente para os setores difíceis de descarbonizar, como a indústria pesada e os transportes”.
Neste contexto vi, como muito gosto, o Parlamento Europeu aprovar em plenário o relatório sobre a implementação da Nova Estratégia Industrial Europeia Revista, de cujo Parecer fui relatora, na Comissão do Mercado Interno e da Proteção dos Consumidores. Em plenário foi também dada luz verde ao relatório sobre a revisão da Diretiva sobre Eficiência Energética, de cujo Parecer fui relatora-sombra, na Comissão dos Direitos das Mulheres e da Igualdade dos Géneros. E na Comissão da Indústria, Investigação e Energia foi aprovado o plano Guião para a Década Digital, de cujo Parecer fui relatora-sombra, mais uma vez na Comissão do Mercado Interno.
A Europa tem forte procura por trabalhadores na economia digital. Estes são trabalhos altamente valorizados e bem remunerados, disse perante as dezenas de jovens europeus que participaram na Semana Europeia da Juventude promovida pelo Grupo do PPE. “Ainda lutamos para atrair mais raparigas para esta área. Isso acontece porque elas não gostam do mundo digital e porque, durante muitos anos, as Tecnologias da Informação e da Comunicação foram vistas como uma área apenas de rapazes. Esse viés cultural ainda tem muito peso. Desde os cadeiras da escola até as empresas. Não deixem que os outros vos digam o que é ou não adequado para a vossa carreira. O meu conselho é: nunca parem de aprender e de explorar caminhos diferentes”.
Além da Semana da Juventude do Grupo do PPE em Bruxelas, este mês participei ainda em duas outras importantes reuniões do grupo politico:
- o EPP Group Academy Workshop em Florença (Itália);
- nos EPP Study Days em Creta (Grécia).
No que toca à delegação do PSD no Parlamento Europeu, integrei a comitiva de eurodeputados social-democratas no I Encontro Interparlamentar, que decorreu em São Miguel, nos Açores, tendo contado com a presença do Presidente do Partido Luís Montenegro. Nos debates em que participei e em declarações à imprensa, defendi o enorme potencial do arquipélago nas áreas do Espaço e do Mar.
"O potencial dos Açores para o Espaço é claramente uma mais-valia e uma mais-valia que está há muito sinalizada. No meu trabalho no Parlamento Europeu tenho procurado defender a Estratégia dos Açores para o Espaço junto de diferentes instituições e entidades comunitárias, desde a Comissão Europeia à Agência Espacial Europeia. Existe da parte da União Europeia um claro reconhecimento do enorme potencial dos Açores neste domínio. O Plano de Recuperação e Resiliência pode ser uma oportunidade de apoio direto ao setor do espaço nos Açores".