A Argélia é o maior país de África em superfície e o maior país da região magrebina em população. A proximidade geográfica deste país, e o facto de ser um dos maiores fornecedores de gás natural do território europeu, fazem com que a estabilidade da Argélia tenha uma importância estratégica para a Europa. Na minha última deslocação a Argel, em conjunto com outros parlamentares europeus, tive a oportunidade de contactar um conjunto alargado de dirigentes argelinos e verificar o seu empenho no processo de estabilização da vida política argelina.
Este processo teve início em meados no ano passado quando o governo anunciou a realização de eleições para Primavera deste ano. A Argélia pretende fechar o capítulo aberto pelo golpe militar de Dezembro de 1991, que impediu a realização da segunda volta das eleições legislativas, após a vitória da Frente Islâmica da Salvação na primeira volta. Os anos seguintes foram vividos em permanente estado de emergência.
Agora o martirizado povo argelino anceia por eleições livres e justas. O Presidente Bouteflika, atento ao desenrolar dos acontecimentos nos países vizinhos, anunciou que as eleições da Primavera irão ser monitorizadas por observadores internacionais.
O Parlamento Europeu já mostrou total disponibilidade para cooperar com os argelinos a fim de contribuir para que o país viva em breve uma verdadeira Primavera da democracia. No pleno respeito pela independência do país, a Europa não deverá voltar a virar as costas à Argélia, como, infelizmente, o fez no passado.
A Argélia tem uma oportunidade que não pode falhar. E o Parlamento Europeu contribuirá com o que estiver ao seu alcance para que a democracia chegue em pleno na próxima Primavera.
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