Mais do que pelas filhoses e o bacalhau, os enfeites e os presentes, o Natal é especial por ser uma festa das famílias, sejam estas pequenas ou numerosas, cheias de crianças ou constituídas apenas por adultos.
Este será diferente, já todos o sabemos. Poderemos reunir-nos, mas seremos menos do que os habituais; estaremos juntos, mas por menos tempo e com cuidados nada apropriados a esta ocasião, como manter o distanciamento, usar máscara, evitar beijos e abraços. Mas há uma coisa que não mudará. Como em todos os natais, e neste talvez até com mais intensidade, esta será uma época de esperança.
Temos todas as razões para querer deixar este ano para trás. De uma forma ou de outra, alguns muito mais do que outros, todos perderam. Mas podemos orgulhar-nos por, mais uma vez, termos mostrado a força do nosso espírito.
A humanidade mobilizou-se para reagir a uma crise de saúde como nenhum de nós tinha vivido e, com enorme esforço e revelando espírito de solidariedade, adaptou-se ao impensável. Agora, graças ao nosso engenho, à aposta na nossa ciência, vemos a luz ao fundo do túnel. As vacinas, as melhorias registadas na eficácia das terapias contra a COVID-19, são as nossas “estrelas de Belém”.
No início do século XVII, o astrónomo alemão Johannes Kepler admitiu que o que a Bíblia descreve como a “Estrela de Belém” poderá ter sido o avistamento de um fenómeno astronómico no qual Júpiter e Saturno se alinham no céu. É um evento raro, que já não acontece há quase 800 anos, mas que voltará a repetir-se no próximo dia 21 de dezembro. Para quem acredita em sinais, este é um belo presente de Natal.