A eurodeputada do PSD é responsável pela criação do relatório “Closing the digital gender gap: women’s participation in the digital economy“, que pretende perceber que fatores justificam a diminuta participação das mulheres na economia digital.
O relatório elaborado por Maria da Graça Carvalho, que já se encontra publicado, foi debatido esta quinta-feira na Comissão FEMM – Direitos das Mulheres e Igualdade dos Géneros, no Parlamento Europeu.
No documento são apresentados vários fatores, inclusivamente culturais, que tentam explicar a diminuta participação feminina nas tecnologias de informação. De acordo com dados do Eurostat, as mulheres representavam apenas 17% dos inscritos em cursos de TI na União Europeia. Em Portugal a percentagem é ainda menor, com 12%.
É igualmente explicado que, mesmo entre as mulheres que optam por estas vias, muitas acabam por abandoná-las, tanto enquanto estudantes como na altura de aceder ao mercado de trabalho, num fenómeno conhecido por “leaky pipelines”. O relatório enumera ainda consequências dessa sub-representação, tanto no que respeita ao acesso ao emprego, num mercado valorizado e bem remunerado, como no desperdício de talento para a sociedade em geral.
O relatório aponta depois várias estratégias que poderão ser seguidas para inverter a atual realidade, desde ações – em todos os níveis de ensino – dirigidas a atrair mais raparigas para as novas tecnologias, ao papel dos setores dos media, da cultura e do audiovisual, sem esquecer as empresas.
Na sua intervenção desta tarde, na Comissão FEMM, Maria da Graça Carvalho, lembrou o profundo papel transformador da digitalização na nossa sociedade, considerando que garantir o equilíbrio de género neste setor “é da maior importância, não apenas para a economia europeia, mas por uma questão de justiça para todas as mulheres e raparigas talentosas que optam por uma carreira nas áreas STEM [Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática]”.
No relatório, a redatora aponta ainda que a abordagem a esta temática “não é apenas da responsabilidade das autoridades públicas”. “Diferentes atores – como figuras públicas, os privados e académicos – devem executar ações estratégicas para melhorar com eficácia o papel das mulheres na economia digital”.