O evento sobre exportação e internacionalização Portugal Exportador regressou, este ano, ao formato presencial, depois de a edição de 2020 ter sido concretizada inteiramente online, devido às condicionantes impostas pela pandemia de Covid-19. “O Portugal Exportador 2020 foi inteiramente digital, mas superou as expetativas, tendo o feedback sido francamente positivo”, diz ao Jornal Económico (JE) Ana Quartin, gestora do Portugal Exportador. Este ano, na 16ª edição do certame organizado pela Fundação AIP, pelo Novobanco e pela Aicep Portugal Global, estiveram cerca de 800 participantes, para workshops, cafés temáticos e B2B, interação com embaixadas e câmaras de comércio, para reuniões com web buyers e, ainda, para estarem presentes na parte de exposição. O Centro de Congressos de Lisboa, onde se realizou o evento, ainda não regressou a uma normalidade plena, depois de 21 meses de pandemia, mas seguiu as regras em vigor: utilização de máscara obrigatória, higienização frequente das mãos recomendada. “Como é um evento com menos de mil pessoas, seguimos as diretrizes da Direção Geral de Saúde para eventos com essa tipologia”, afirma Ana Quartin.
As temáticas definidas para esta edição foram a “melhor estratégia de abordagem de mercados”, “sustentabilidade e comércio internacional”, “e-commerce e marketing digital” e a “reindustrialização da Europa”. “As temáticas abordadas no evento mudam de ano para ano, porque acompanhamos o mercado das exportações e estamos a par das tendências e dos temas que mais interessam às PME que pretendem iniciar o seu processo de internacionalização”, explica Quartin. Este ano, o foco está colocado na sustentabilidade e no digital, seguindo a aceleração de tendências verificada durante a pandemia, e também no como as empresas se podem preparar para aproveitarem as oportunidades que se colocam com a reabertura das economias, mesmo se ainda vivemos tempos de incerteza.
Workshops com participação internacional
Os quatro temas são as bases de outros tantos workshops que tiveram lugar durante o evento. Primeiro, nas estratégias de abordagem dos mercados, abordaram-se os múltiplos fatores a ter em consideração na escolha de um mercado de exportação, num painel com seis representantes de empresas portuguesas e que teve Rui Cordovil como keynote speaker e moderador. No segundo workshop, em linha com as principais tendências de gestão e desenvolvimento, discutiram-se as melhores práticas das empresas que lideram em sectores estratégicos, bem como as tendências internacionais que marcarão o futuro da sustentabilidade. Esta conferência teve como principal moderador António Costa e Silva, que coordenou a preparação do Plano de Recuperação e Resiliência e preside à comissão de acompanhamento do mesmo, e contou com a moderação de André Magrinho, da Fundação AIP.
O terceiro workshop tem como tema “e-commerce e marketing digital”, tendo sido abordada a problemática das plataformas de venda e o processo de escolha daquela que melhor se adequa a cada empresa, seja através de marketplaces ou de lojas online próprias, e como fortalecer e diversificar a presença nos mercados internacionais, numa altura em que se estima que, em 2040, cerca de 95% das compras sejam feitas através do comércio eletrónico. Teve como principais oradoras Ana Chiappetta e Ângela Lin, ambas da multinacional do comércio eletrónico Alibaba, e Nuno Milagres, da ACEPI – Associação da Economia Digital, num debate moderado por Maria João Veiga Gomes, da Aicep Portugal Global.
O último encontro serviu para explicitar os instrumentos de apoio da União Europeia ao sector industrial para a prometida reindustrialização do “Velho Continente”, tendo sido apresentadas formas de diminuir a dependência das cadeias de distribuição internacionais, bem como case studies na redução de custos operativos. A intervenção inicial esteve a cargo da eurodeputada Maria da Graça Carvalho e a moderação do debate foi feita por Jorge Portugal, da COTEC – Associação Empresarial para a Inovação.
Tendo as projeções de crescimento do comércio eletrónico como pano de fundo, a edição deste ano do Portugal Exportador ficou marcada pela presença da Alibaba, gigante do e-commerce global, que participou nos workshops, mas também teve responsáveis seus em reuniões com empresas portuguesas exportadoras de bens transacionáveis, players do sector bancário e das telecomunicações, mas também de cosmética, saúde, alimentação, moda e casa.