A comissária europeia da Coesão e Reformas, Elisa Ferreira, desafiou esta quarta-feira os autarcas a exercerem a liderança nos processos de transição que a União Europeia (UE) tem em curso, com o objetivo de alcançar a neutralidade carbónica, considerando que as cidades inteligentes têm um papel essencial a desempenhar.
Através de uma intervenção gravada, no início da mesa-redonda sobre “fundos de coesão para financiamento das iniciativas Bauhaus”, na Portugal Smart Cities Summit, Elisa Ferreira afirmou que a UE se encontra num período de transformação, para responder à situação de emergência climática.
“Temos de mudar, radicalmente, a forma como produzimos, consumimos, como organizamos os nossos transportes, a nossa mobilidade, como aquecemos as nossas casas”, disse. “Estamos na iminência de uma transformação da forma como vivemos”, acrescentou.
Neste quadro, e tendo em conta “os desafios que nós próprios nos lançámos de construir uma recuperação, mais do que um regresso ao passado, seja a construção de um futuro mais próspero, mais sustentável, mais verde, mais digital, mais inovador”, as cidades “têm um papel de liderança” a desempenhar nesta transição, afirmou a comissária.
Por isso, desafiou os autarcas a “exercerem a liderança, a ser pioneiros, parceiros neste caminho, no exemplo desta nova visão que é a new european Bauhaus”.
Cultura e transição climática
O Novo Bauhaus Europeu é uma iniciativa da UE que tem como objetivo dar “uma dimensão cultural e criativa no Pacto Ecológico Europeu a fim de demonstrar de que modo a inovação sustentável se pode traduzir”, segundo a Comissão Europeia.
Tem um orçamento aprovado de 85 milhões de euros, para o período 2021-2022, mas Bruxelas refere que “muitos outros programas da UE integrarão o Novo Bauhaus Europeu como elemento de contexto ou prioritário, sem um orçamento específico predefinido”.
A mesa-redonda sobre “fundos de coesão para financiamento das iniciativas Bauhaus” contou com a participação de Carlos Salema, presidente da Academia das Ciências de Lisboa; de Paul Dujardin, historiador de arte e ex-presidente do Centre for Fine Arts de Bruxelas; e Miguel Araújo, professor da Universidade de Évora. A moderação esteve a cargo da eurodeputada europeia Maria da Graça Carvalho.
A Portugal Smart Cities Summit, que tem o Jornal Económico como media partner, decorre até quinta-feira, 18 de novembro, no Pavilhão 2 da Feira Internacional de Lisboa, no Parque das Nações.
Integra 12 sessões de debates, em que participam de mais de 100 oradores, nacionais e internacionais, e uma exposição com 80 participantes, de acordo com a organização, da responsabilidade da Fundação AIP.