Ficar com uma vice-presidência não garante que um deputado vá trabalhar mais do que outro, mas dá estatuto, abre portas no processo negocial e vale pontos nos rankings de influência. Quase todos os partidos nacionais entraram na corrida aos lugares e a votação desta quarta-feira confirmou Francisco Guerreiro, do PAN, como primeiro vice-presidente da Comissão da Agricultura, com "38 votos contra seis da candidata Maxette Pirbakas", da extrema-direita. Na ausência do presidente da AGRI, o português é a primeira escolha para presidir aos trabalhos.
Como o Expresso avançou esta terça-feira, também Margarida Marques, do PS, consegue o cargo de terceira Vice-Presidente da Comissão dos Orçamentos. Mas não é única no partido a conseguir uma posição de liderança. Também Maria Manuel Leitão Marques consegue a quarta vice-presidência da Comissão do Mercado Interno e da Proteção dos Consumidores.
Entre os deputados estreantes, também José Gusmão, do Bloco de Esquerda, assegura que vai ser o quarto vice-presidente da Comissão dos Assuntos Económicos e Monetários.
Cada comissão parlamentar tem um presidente e quatro vices, eleitos por dois anos e meio. Cláudia Monteiro de Aguiar, começa agora o segundo mandato pelo PSD, e também ela fica com um lugar de liderança: é a quarta vice-presidente nas Pescas, comissão que já acompanhava no mandato anterior.
Outro cargo apetecível diz respeito às coordenações. Cada grupo político tem um coordenador em cada comissão parlamentar para organizar os trabalhos e negociar os dossiers. José Manuel Fernandes destacou-se nesta função no último mandato, o que lhe valeu pontos e destaque em vários rankings, como o que a VoteWatch fez para um consórcio de correspondentes portugueses em Bruxelas, do Expresso, SIC, Antena 1, Lusa, Público, RTP e TVI.
No mandato que agora arranca, o eurodeputado do PSD continua como coordenador do Partido Popular Europeu na Comissão dos Orçamentos, numa eleição que é feita pelos pares.
O PCP também consegue para a estreante Sandra Pereira uma coordenação. No caso, será ela a porta-voz do Grupo da Esquerda Unitária (GUE) na Comissão dos Direitos da Mulher e da Igualdade dos Géneros nos próximos dois anos e meio. E para a segunda parte do mandato, ficou acordada uma vice-presidência, mas na Comissão do Emprego e dos Assuntos Sociais.
Já a eurodeputada do PS Isabel Santos foi esta quarta-feira eleita coordenadora do Grupo dos Socialistas e Democratas na Subcomissão dos Direitos do Homem. Nos próximos dois anos e meio será ela a gerir os trabalhos dos S&D na área dos direitos humanos.
Maria da Graça Carvalho, que regressa à delegação do PSD no Parlamento Europeu depois de um mandato fora, fica como vice-coordenadora do PPE na Comissão da Indústria, Investigação e Energia. A social-democrata Lídia Pereira terá a mesma função, mas na Comissão dos Assuntos Económicos e Monetários.
Quanto aos cargos já conhecidos: Paulo Rangel, do PSD, continua como vice-presidente do Grupo PPE. Marisa Matias e João Ferreira dividem a vice-presidência do GUE, mas a liderança é temporária e o Grupo ainda terá de voltar a discutir os cargos de direção.
Pedro Silva Pereira foi eleito segundo vice-presidente do Parlamento Europeu. De todos os cargos atribuídos a eurodeputados portugueses, este é o que vale mais pontos no algoritmo da VoteWatch.