As mulheres não só não ocupam lugares de topo nas empresas tecnológicas como estão em clara minoria face aos homens no total dos empregos, com claro prejuízo económico dado ser este um dos setores que melhor remunera.
Com efeito, segundo o estudo “Women in the Digital Age” (2018), da Comissão Europeia, apenas 24 em cada mil mulheres diplomadas pelo ensino superior concluíram uma formação na área das TIC. Um maior envolvimento das mulheres na economia digital poderia trazer um retorno adicional de 16 mil milhões de euros anuais ao setor, adianta o estudo.
O problema preocupa há muito Maria da Graça Carvalho, antiga ministra da Ciência e do Ensino Superior, engenheira de formação e eurodeputada do PSD responsável pelo relatório “Closing the Digital Gender Gap: Women’s Participation in the Digital Economy”, que tem como propósito elaborar um conjunto de propostas destinadas a envolver mais mulheres nas Tecnologias de Informação e Comunicação.
“É preciso trazer mais mulheres para as tecnologias”, sublinhou a eurodeputada ao Jornal Económico, depois de esta semana, no Parlamento Europeu, ter elogiado a iniciativa da Comissão Europeia de, nos primeiros cem dias do seu mandato, apresentar propostas em matéria de transparência remuneratória.
Defendeu, no entanto, que devem ser apresentadas “medidas concretas e vinculativas”, tanto no que respeita ao princípio do salário igual por trabalho igual como no que toca “ao papel das mulheres em setores de importância crescente na sociedade, como é o caso das ciências da computação e das tecnologias digitais”.
Maria da Graça Carvalho integra a comissão FEMM – Direitos da Mulher e Igualdade dos Géneros, no Parlamento Europeu, na qual já era “shadow rapporteur” da diretiva “Women on Boards”, relativa à promoção de maior paridade de género nos conselhos de administração de empresas cotadas em bolsa.