Maria da Graça Carvalho, que falava na comissão parlamentar de Assuntos Europeus no âmbito de uma série de audições de eurodeputados portugueses sobre a atualidade europeia, frisou que as questões de igualdade de género são apontadas pelo Parlamento Europeu (PE) "como fator de avaliação importante no plano de recuperação e resiliência" (PRR).
Segundo a social-democrata, "praticamente todos os relatórios que saem do Parlamento Europeu têm esta componente", que espera que "não se perca nas negociações entre os Estados-membros e a Comissão Europeia".
Até porque um relatório que avaliou o impacto da covid-19 nas mulheres demonstrou que "foram exatamente as mulheres quem mais sofreu" com a pandemia, daí a "afirmação política" do PE para que o PRR "não seja um plano só para parte da população e que a igualdade de género seja uma realidade".
Sendo o PRR destinado a "colmatar os efeitos da crise", Maria da Graça Carvalho defende portanto "que as mulheres sejam beneficiárias" dos planos de recuperação dos 27.
"O Parlamento Europeu fez a sua parte e vamos estar vigilantes em relação ao que vai acontecer. Agora também cabe à Assembleia [da República] continuar nessa vigilância em relação à negociação entre o Governo português e a Comissão europeia para o plano nacional", apelou.
Os PRR são o instrumento que permitirá aos Estados-membros aceder às verbas do fundo "Next Generation EU", um pacote de 750 mil milhões de euros para apoiar as economias da União Europeia (UE) na resposta à crise provocada pela pandemia de covid-19.
Os planos nacionais têm se ser apresentados e aprovados pela Comissão Europeia, negociações que já decorrem com vários Estados-membros, esperando-se que os primeiros, incluindo o de Portugal, sejam aprovados já em abril, permitindo os primeiros desembolsos em julho.
Por Lusa