Setor pode ir buscar financiamento a quase todos os objetivos do próximo quadro comunitário
Notícia de Clara Vasconcelos
PORTUGAL 2020, o programa de fundos comunitários para os próximos sete anos, define objetivos gerais e em todos eles há cabimento para projetos na área da Saúde comexceção do que prevê o desenvolvimento dos transportes, nomeadamente, ferroviários. Isso mesmo garantiu ontem o secretário de Estado do Desenvolvimento Regional, Castro Almeida, na IV Conferência Anual do Health Cluster Portugal. "A Saúde nas agências nacionais e europeias para 2020 - oportunidades e desafios para o setor na abertura de um novo ciclo" é o lema desta conferência, que hoje termina em Lisboa.
Na sessão de abertura, a eurodeputada do PSD Maria da Graça Carvalho disse que Portugal vai receber 27,8 mil milhões de euros. "É menos do que recebemos nos 7 anos passados mas, como não vamos construir nem autoestradas, nem grandes infraestruturas, o financiamento para a ciência e inovação vai ser muito maior".
Castro Almeida corroborou. "De infraestruturas públicas, estamos ao nível do centro da Europa. Esse problema ficou resolvido. A prioridade do Portugal 2020 é criar riqueza, criar valor. Apostar na competitividade e na internacionalização".
É isso mesmo que querem as empresas do setor da Saúde. Mas como também disse Graça Carvalho, para que isso aconteça é preciso desburocratizar, criar incentivos fiscais e promover o mecenato. O setor da saúde, como foi dito por vários oradores, é dos que mais tem crescido a nível de exportações. O ministro da economia, Pires de lima, disse mesmo que este setor já exporta mais do que o vinho.
TURISMO AINDA POR EXPLORAR
O turismo de Saúde está por explorar. E há nesse nicho de mercado um grande potencial O secretário de Estado do Desenvolvimento Regional prometeu que tudo fará para "posicionar Portugal como país de destino" preferencial. Daniel Bessa, ex-ministro da economia de António Guterres, defendeu que a aposta deve ser no turismo sénior e passar por oferecer "qualidade a mais baixo preço". Tal como acontece na indústria do calçado. O presidente do Conselho de Administração do Hospital de S. João, António Ferreira, defendeu que, para atingir esse fim, são necessárias "condições hoteleiras" e deixar de ter hospitais que "são ingeríveis e dificilmente administráveis".