A audição no Parlamento Europeu (PE) foi proposta por Maria da Graça Carvalho, em conjunto com outros deputados europeus, no sentido de definir a posição do órgão naquele que consideram ser o «escândalo ambiental de Licenças de Emissão da UE».
Para a deputada, os projectos que envolvem a destruição do HFC-23 têm sido alvo de um incentivo financeiro injusto, uma vez que as fábricas estão a produzir mais HFC-23 por tonelada de HFCF-22 que o tecnicamente possível, para que possam vender mais créditos no mercado.
«Adicionalmente, os consumidores europeus estão a pagar uma enorme e injusta quantidade de dinheiro para destruir este gás. Estima-se que a destruição do gás HFC-23 tenha um custo de 0,17€ por tonelada equivalente de CO2, e esteja a ser vendida como créditos de carbono no mercado de licenças de emissão a cerca de 12€ (ou seja, a um preço 70 vezes superior ao seu custo real). Empresas, especialmente na China e Índia, estão a ter proveitos desajustados», refere o documento.
«No fim de contas, os consumidores europeus estão a financiar uma situação injusta no mercado. O mecanismo implementado está a funcionar inversamente, pois não está a contribuir para a redução de gases que prejudicam o equilíbrio ecológico do nosso planeta. É por isso importante que estes gases sejam retirados do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo e que sejam controlados por novas revisões do Protocolo de Montreal», adiantou Maria Graça Carvalho, durante a sua intervenção.
A responsável pede, por isso, à UNFCCC que desenvolva uma investigação sobre este processo, ao mesmo q ue defende a redução ou eliminação do fluxo de créditos de HFC-23 no mercado de carbono, «o que permitirá direccionar o investimento onde ele é realmente necessário, como no caso de projectos de energias renováveis».
DC
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