A Conferência da ONU que decorrerá em Cancún constitui uma oportunidade para restaurar a credibilidade e confiança dos povos nas grandes negociações internacionais sobre o clima no âmbito das Nações Unidas.
A Conferência de Copenhaga, em 2009, terminou de forma decepcionante. Os 194 países participantes "tomaram nota" de um documento pouco claro e não vinculativo arquitectado pelos EUA, China, Índia, Brasil e África do Sul. Este documento, algo vago, tornou o caminho para alcançar um acordo global para o clima mais sinuoso e distante.
É fundamental definir objectivos concretos e realistas para Cancún. Urge avançar de forma segura rumo a um consenso que se traduza, no futuro, num acordo global vinculativo. Será crucial tomar medidas ao nível do financiamento aos países em desenvolvimento, da transferência de tecnologia, da adaptação às alterações climáticas, da protecção das florestas e da transparência na verificação dos esforços assumidos por cada um. Se estes objectivos forem cumpridos, renascerá a esperança de que em 2011, na África do Sul, ser alcançado um acordo global. Um acordo essencial para o futuro do nosso Planeta.