A eurodeputada Maria da Graça Carvalho assina um artigo de opinião onde destaca a importância da existência de um "plano europeu para o crescimento da economia", que o próprio presidente da CE "não hesitou" em apelidar de "Plano Marshall europeu".
A crise financeira que a Europa atravessa pode conduzir à crise da moeda única europeia e, em última análise, à da própria União Europeia como a conhecemos hoje. Contudo, no passado dia 21 de Julho, os chefes de Estado ou de Governo da zona euro decidiram encarar de frente os problemas da Europa e tomar medidas que abrirão caminho à recuperação financeira e económica. O Presidente Barroso não hesitou em apelidar o conjunto destas medidas como um "plano Marshall europeu."
Recordamos que o Plano Marshall foi proposto pelo secretário de estado norte-americano George Marshall em 1947 e teve como objectivo restaurar a confiança dos países europeus no futuro das suas economias. Esta abordagem nada tinha a ver com um anterior plano de cariz punitivo preconizado pelos soviéticos.
Hoje são os próprios europeus que se empenham em delinear um plano global com vista ao crescimento e ao investimento nos países que atravessam dificuldades. Os líderes europeus decidiram aumentar as taxas de co-financiamento europeu dos fundos da União Europeia e convidar a Comissão Europeia e o BEI a reforçar as sinergias entre os programas de empréstimos e os fundos nos países que recorreram à assistência da UE/FMI.
Estas medidas são muito importantes para o Alentejo. É precisamente devido ao excessivo co-financiamento nacional e à complexidade dos procedimentos de acesso aos fundos comunitários que a taxa de execução dos mesmos é baixa a nível nacional e ainda mais baixa na região do Alentejo.
Esperemos que este plano Marshall europeu venha acompanhado de procedimentos simples e facilmente adaptáveis às regiões, de forma que as estruturas locais consigam incorporar estes benefícios na sua actividade de forma célere e eficaz.