Decorreram várias reuniões no segundo dia de trabalhos do Parlamento Europeu na Cimeira de Cancún, nomeadamente com a Presidência Belga e com as delegações do México e da África do Sul.
A reunião com a Presidência Belga centrou-se nos países que estão a causar maiores impasses nas negociações, como a China, a Rússia, os Estados Unidos e a Bolívia. Como resposta aos apelos que têm sido feitos por alguns países quanto à incorporação, nos textos finais, de uma maior responsabilidade histórica por parte dos países industrializados, como os europeus, a União Europeia fortalece a sua posição: não só pretende continuar a assumir compromissos, como reforçar a importância de outras grandes potências emergentes assumirem também a sua responsabilidade neste desafio global. A União Europeia continua a demonstrar também a sua disponibilidade para obter resultados no pacote de decisões que tem defendido.
A delegação mexicana partilhou o seu optimismo quanto às negociações sobre a floresta, o REDD+ e o financiamento de arranque rápido. A África do Sul apresentou a política energética nacional, a qual pretende ser ambiciosa, dado que, actualmente, 90% da electricidade provem directamente do carvão. Reforçou também as suas esperanças na tomada de decisões definitivas no próximo encontro internacional sobre Alterações Climáticas, a decorrer em 2011 em Durban. Nas palavras de Maria da Graça Carvalho, "estes encontros com outras delegações são importantes para aumentar o diálogo entre as partes e facilitar a obtenção de acordos".
Na reunião com o Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC) foi abordada a evolução deste organismo cujo objectivo é analisar, com base científica, a relação entre as acções antropogénicas e o aquecimento global do planeta. Foi exposto o empenho realizado pelo IPCC no sentido de melhorar a confiança da opinião pública perante os resultados apresentados nos seus relatórios de análise, demonstrando que a credibilidade estava agora a ser restaurada, e que as críticas passadas não punham em causa o trabalho desenvolvido. O IPCC apresentou ainda o calendário dos próximos relatórios, onde se incluem avaliações quanto a energias renováveis e eventos extremos.
Destaque ainda para o Grupo de Trabalho "Indústria e Transferência de Tecnologia", presidido pela deputada Maria da Graça Carvalho, que contou com a participação do Banco Europeu de Investimento, o qual fez uma apresentação sobre os investimentos que tem realizado no âmbito das alterações climáticas, exemplificando projectos em Bucareste, no México e Panamá, e também com a presença do Europe Business, que demonstrou uma visão um pouco mais pessimista quanto aos resultados da COP16, reforçando ainda a necessidade de fortalecer as políticas florestais europeias.